Discrição, Técnica e Coragem: o serviço de escolta da Polícia Penal de SC que movimentou mais de 2,5 mil presos sem uma única intercorrência

Uma das operações mais sensíveis da segurança pública é conduzida com precisão cirúrgica e discrição absoluta por uma equipe especializada da Polícia Penal de Santa Catarina. Trata-se do Serviço de Operações e Escoltas (SOE), responsável pelas movimentações mais complexas do sistema prisional catarinense. De 2021 até agora, o grupamento realizou a escolta de 2.515 presos entre trajetos terrestres, aéreos e marítimos — sem registrar uma única intercorrência.
Criado em 2016, o SOE é uma tropa moldada em disciplina, técnica e resistência. Com um efetivo de 22 operadores, o grupamento é formado por policiais penais que passaram por uma rigorosa seleção e dois cursos intensivos em regime de internato: o Curso de Técnicas Operacionais e o Curso de Operações e Escoltas de Alta Complexidade – Águia de Osso, com duração de até 60 dias. A formação envolve treinamentos conjuntos com forças de elite como BOPE, CHOQUE, CORE, TIGRE, PRF, SENAPPEN e Guarda Municipal de Florianópolis.
A unidade é responsável pelas escoltas de presos considerados de alto risco e responsáveis por crimes de alta comoção social, atuando também no cumprimento de mandados com o GAECO, Polícia Federal e outras forças, além de garantir segurança de perímetros prisionais e urbanos em momentos estratégicos. Os deslocamentos acontecem em todo o território nacional, por terra, ar e mar, sempre com planejamento minucioso e protocolos rígidos.
O trabalho do SOE nasceu de uma necessidade prática. Até 2012, a missão de recambiar presos foragidos de outros estados cabia à POLINTER, setor da Polícia Civil. Com a transferência da responsabilidade para a então Secretaria de Justiça e Cidadania, o serviço foi assumido pela Gerência de Vigilância e Escolta – GEVIG, que contava com o apoio de agentes de outras unidades. O aumento da demanda e da complexidade das missões levou à criação de uma equipe própria, altamente capacitada.
O resultado dessa estrutura é um histórico operacional sem falhas. Entre 2021 e 2024, o SOE realizou 476 escoltas aéreas e 2.039 terrestres, todas concluídas com sucesso. O dado confirma o que os próprios operadores já sabem: a eficácia não está apenas na força, mas na técnica, no preparo e no compromisso com a segurança pública.